Depois do julgamento do Fidalgo e do Onzeneiro, eis que ao cais chega Joane, o Parvo. Agora que conheces a dinâmica do Auto da Barca do Inferno, procura adivinhar o que vai suceder nesta cena, referindo percurso cénico da personagem, os argumentos trocados com o Diabo e o Anjo e a sentença final.
Vem Joane, o Parvo, e diz:
PARVO: Oh! Quem és tu? Que fazes aqui?
DIABO: Eu? Ah! Vê-se logo que és parvo!
PARVO: Eu? Mas eu não sou parvo!
DIABO: És sim, por isso vais para a minha barca.
PARVO: Mas eu não quero ir ! Essa é muito escura.
DIABO: Eh! Mas tu portaste-te mal!
PARVO: Mas não foi por que quis! Obrigaram-me!
DIABO: Ah! E porque é que morreste?
PARVO: Eu? Estava a nadar no rio e esqueci-me que não sabia nadar e afoguei-me.
DIABO: Oh! O teu lugar não é aqui! Vai-te embora!
Chega o Parvo ao batel do Anjo e diz:
PARVO: Oh! Que bonita barca! E quem és tu? Para onde vai?
ANJO: Eu sou o Anjo e vou para a Terra dos Sonhos.
PARVO: Ah! Qualquer sonho? E eu posso entrar?
ANJO: Sim, qualquer sonho! E tu portaste-te bem?
PARVO: Sim, ajudei a minha mãe com os meus irmaõs.
ANJO: Ah, muito bem, e nunca mentiste a ninguém?
PARVO: Pois não! Quase sempre me portei bem!
ANJO: Pois foi! Podes entrar, esta é a tua barca!
PARVO: Ah! Obrigado Amigo! És muito porreiro.
ANJO: Entra! Entra e descansa em Paz!
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